No dia 12/04/2009, foi publicado no Jornal Folha de São Paulo artigo do escritor Ferreira Gullar intitulado "Uma lei errada: campanha contra a internação de doentes mentais é uma forma de demagogia".O autor critica o processo de desinstitucionalização no Brasil e cita como um desastre o movimento antimanicomial em Bolonha, na Itália.
Surpreende o baixo nível utilizado pela autor até com xingamentos. Chama de "cretino" o Deputado Paulo Delgado e declara a Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei 10.216/01) como um processo imbecíl, um erro. Vindo do Jornal Folha de São Paulo, há de desconfiar se é apenas uma ignorância por parte do autor ou mais uma manipulação do conteúdo jornalística atendendo interesses escusos.
Segue o artigo abaxo:
Resposta do presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental - Abrasme:
É um absurdo!
ResponderExcluirDepois de tanto lutarmos, diariamente, para humanizar os atendimentos, dar dignidade, alegria em viver, retomar a capacidade de sonhar e acreditar na vida...não caberia esse artigo ignorante e tão influente.
O tema é sério e jamais poderia ser banalizado assim!
Quem dera Lima Barreto estivesse aqui para dizer ao poeta desinformado o quão é destruidora a segregação! Talvez ele refletisse.
Já que isso não é possível, cabe a nós, agora mais do que nunca, ter forças para continuar nossa luta.
Ningém disse que seria fácil; Mas também ninguém tem o direito de dizer que é impossível!
Obrigada, Dr. Walter Ferreira de Oliveira.
Essa é a chamada indústria da loucura!
ResponderExcluirO desmonte dos manicômios diminuirá, e muito, os lucros de diversas instituições. É o combate da indústria farmacêutica, dos hospitais psiquiátricos privados e de pessoas que apoiam o ato-médico contra os outros milhares de profissionais da saúde e seus dispositivos alternativos.
A participação da mídia golpista é fundamental para o desmanche do interesse coletivo e até mesmo contra a Conferência de Saúde Mental.
Ferreira Gullar traduziu exatamente o sentimento de um pai ou mae de filho portador de esquizofrenia. Nunca li tantas verdades em uma entrevista sobre o assunto. E obvio que ele e contra o sistema manicomial, pois seus filhos tiveram acompanhamento em outros locais, pois podia pagar. E onde sao tratados os esquizofrenicos pobres? Certamente o deputado Paulo Delgado nao tem nenhum familiar com esquizofrenia grave, que precisa de acompanhamento 24h por dia. Facil erguer a bandeira assim.
ResponderExcluirFerreira Gullar também traduziu as idéias e a classe que ele representa. Estou perplexa com a quantidade de informações destorcidas e sem fundamento sobre o assunto. Desde a implementação da lei 10.216; a criação dos CAPS, dos Serviços Residenciais Terapêuticos; as oficinas de geração de renda, etc., e os benefícios assistenciais (De Volta para Casa, Benefício de Prestação Continuada), o portador de transtorno mental conta com esses suportes na rede de cuidado e atenção psicossocial.
ResponderExcluirÉ fato que a maioria desses usuários dos serviços sociais comunitários são pobres. No atual contexto neoliberal, há um claro enxugamento das políticas públicas sendo que não se efetiva realmente o descrito na lei até mesmo por interesses divergentes. Há leitos de atenção integral (CAPS III 24h), mas ainda não são suficientes para atender toda a demanda do país.
Com relação aos “pobres”, também perguntaria: E o trabalhador pobre? E a criança pobre? A questão da pobreza tem a ver com um Estado ausente que não garante políticas sociais a toda população no exercício da sua cidadania. Por isso, não perder a centralidade do debate.
Paulo Delgado não tem nenhum familiar com transtorno mental, mas graças aos movimentos sociais dos trabalhadores de saúde mental, os núcleos de luta antimanicomial (IFB) e os usuários nas instâncias de controle social que pressionaram os congressistas para aprovação da lei.
“É fácil erguer essa bandeira”. Claro que não! Vide as conferências nacionais, ocorridos nas últimas décadas, que ainda sim os resultados foram positivos no atendimento do interesse coletivo que envolve as equipes interdisciplinares e os portadores de transtorno psíquico.
Por uma sociedade sem manicômios! A luta não pode parar!
Ferreira Gullar está certo ao defender o direito de escolha dos pacientes psiquiátricos que necessitam de internação e/ou desejam tratar em hospitais psiquiátricos.
ResponderExcluirSou paciente de hospital psiquiátrico público e não suporto a demagogia dos CAPS e suas propagandas enganosas.
O CAPS é igual ao manicômio, só mudou o tamanho da estrutura física e os "capitães do mato", outrora era o psiquiatra, atualmente é o psicólogo.
A Luta Antimanicomial só será justa quando respeitar a vontade do paciente.
Os antimanicomiais são assassinos e quase ceifaram a minha vida com seus interesses pessoais e políticos.
Ainda bem que conheço os meus direitos e não sou obrigada a me tratar em CAPS. NUNCA!
HOSPITAL PSIQUIÁTRICO PRA QUEM PRECISA, CAPS PRA QUEM QUER.
Paciente IRS, em parte você tem razão!
ResponderExcluirA Lei 10.216/01 - Reforma Psiquiátrica - não é integralmente cumprida. A própria lei entra em conflito com a portaria do CAPS. Sabemos que não há psiquiatra suficiente para a demanda de usuários, há poucas vagas nas residências terapêuticas, em muitos municípios não há vagas nos CAPS. Quando há não tem um projeto terapêutico individualizado para cada PTM.
O problema das suas palavras estão na generalização e pouco conhecimento da luta antimanicomial. Boa parte dos seus questionamentos não tem nada a ver com os gestores das unidades CAPS, mas sim com os governantes, principalmente municipais, que legislam em causa própria e praticamente não entendem nada de saúde mental. Além disso, o processo de desinstitucionalização no Brasil é super recente.
Portanto, o pouco de direitos que os PTM adquiriram foi através da luta antimanicomial. Acompanhe as conferências municipais, estaduais e a IV Conferência Nacional de Saúde Mental e lute para que a lei seja cumprida. Participe, denuncie ao Ministério Público e faça parte do grupo de discussões sobre o tratamento psiquiátrico na visão do usuário.
O papel da mídia é fundamental para inverter os valores da socidade e criminalizar os movimentos sociais. Uma rede de saúde mental pública fragilizada gera mais lucros para hospitais e casas de repouso particulares além de também gerar mais lucros para a indústria farmacêutica. Agora, faça uma pesquisa de quais empresas bancam campanhas políticas, vereadores, deputados, senadores ou até mesmo corrompe o Poder Judiciário. E mais, analise quem são os principais acionistas das grandes corporações na área farmacêutica e saúde privada que você ficará chocado com a verdade.